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Diário de uma mulher feliz

Diário de uma mulher feliz

14 de Dezembro de 2020

Querido diário,

quase à dois meses que não te escrevo. Admito que vivi num corrupio que o consegui arranjar tempo para mim. E só esta madrugada que antecede algo que me assusta e me tira o sono, ironicamente, encontrei tempo para te escrever. Para um café á porta de casa sozinha, para compor algumas mensagens para amigos, para ouvir música e um podcast.

A saúde é o nosso maior, ou dos maiores privilégios que temos na vida. Ela pode condicionar tudo. Aliás este ano de 2020 é isso mesmo, a figuração de como uma doença muda o mundo. E não, não estou (por agora) infectada com covid mas já há muito tempo que fisicamente não me sentia bem e ganhei coragem para ir ao médico. Chegaram os resultados das analises e apesar de leiga na matéria, os valores comparativos de alguns "itens" PARECEM-ME maus. Pus tudo em causa. Agora que tudo estava a alinhar-se. Que o trabalho que pedi ao Universo estava á porta mas que sem saúde será complicado de concretizar. 

Mas como disse, parecem, pode não ser nada. Só amanhã, se conseguir consulta é que saberei.

No meio de todas estas confusões consegui ter quase duas semanas de férias numa aldeia desértica perto de Viseu. Só nós, a lareira, o rio e as caminhadas. Foi revigorante. Vimos a neve cair pela primeira vez. Tivemos longas conversas á lareira e longos silêncios reconfortantes. É declaradamente o homem da minha vida. <3

Saímos de lá ainda mais coesos. Vou deixar aqui algumas fotografias.

Estarei mais por aqui. (Perdoa-me)

M

 

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15 de Outubro de 2020

Querido diário,

a aceitação do corpo ainda é um tema difícil para mim. Tem os seus dias. Há dias que me sinto uma princesa outras o sapo. 

Balança muito se a balança diz 51 ou 52 kgs. Um quilo! É ridículo eu sei. Até já não me lembro da idade que tinha quando pesei tão pouco. Provavelmente uns 25 anos, não sei. 

Acumularam-se rituais tóxicos, relações igualmente tóxicas que só me fizeram engordar e chegar aos 65 kgs (isto à cerca de 2 anos). O meu nervosismo era de tal ordem nessa fase da minha vida que desenvolvi uma doença auto-imune (urticária). Demorei, pelo que me recordo, um ano a a combater. Uma luta que meteu cortisona. Inchei, não me reconhecia. E só a afastar-me dessas crenças e relações entranhadas é que consegui, até hoje, vencer a doença e perder quase 15 kgs.

Mesmo assim ficou uma fraca auto-estima como "legado". E é contra ela que luto todos os dias. Nesta luta não existe mais ninguém a não ser eu mesma. Os outros até podem dizer que estou magra, que estou bonita, podem encher-me de palavras mas o que importa é como me sinto e como me vejo ao espelho.

Pouco importa se peso 51 ou 65, interessa sim como me sinto com isso. Pois não acredito nos estereótipos da sociedade que uma mulher bonita é magra, esquelética, por vezes. Acredito em mulher de bem com o seu corpo. Com a sua auto-imagem.

Acredito que tenho mais problemas agora ao espelho do que quando tinha 65 kgs

Estou na luta, não estamos sempre?

M

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12 de Outubro de 2020

Querido diário,

e quando tens certezas... Elas são abaladas. O destino dá-te um abanão. Na sexta não comecei a trabalhar por razões que pouco importam. Mas o que importa é que não foi o medo e que as oportunidades de trabalho estão aí.

Estou com mais tempo, pois estou à espera de respostas, então tenho mil ideias de mil tempestades e bonanças. Riso. Como sou de ondas!

O Paulo acompanha tudo com fé e serenidade. A paz que encontrei nele e que ainda me é difícil encontrar em mim. Mas cá tento, da minha forma.

Amanhã tenho intenções de ir à missa. Não vou pedir. Vou agradecer. Pelo Paulo, pela minha irmã, pela Sofia, pela D. Fátima, pelos meus pais, pelo sol, por tudo. Por tudo o que me incendeia e ainda me faz vibrar. Não quero voltar à dor. À depressão. 

Ainda existe festa dentro de mim, querido diário.

Tenho pensado muito na Dra Marta. Fantástica terapeuta. Mas eu acho que isto acontece com todas as minhas relações, seja qual o tipo for, apego-me e depois sinto-me triste quando percebo que a relação não é recíproca. Nunca mais soube dela. Não podemos ser amigas. Ou ela seguir o meu blog. Sinto que nunca acreditou verdadeiramente em mim. Não desceu aos meus demónios comigo, como dizia. É excelente. Não lhe tiro o mérito de me ter salvo. Só não ficou como pensei que ficaria. Seria justo também para ela? Acharia ela que era a altura de nos separarmos terapeuticamente? Nunca saberei.

Boa noite

M

07 de Outubro de 2020

Querido diário,

Existem dias que são como murros no estômago. Hoje eu e o Paulo descemos das nuvens pois percebemos a realidade: não somos prefeitos! Nem como casal, nem como pessoas. Não existe perfeição e é aí que reside o encanto. 

Sentamo-nos na cama, um pouco frustrados, com uma dose de medo de perder, mas falamos sem tabus. Sem muralhas. E foi aí que senti-me ainda mais perto dele. Resolvemos (pois tudo tem solução) e os "meus" olhos cor de mar voltaram a brilhar.

Percebi igualmente a importância dos erros passados e foi tão bom errar antes e não agora. Não cair no mesmo! Saber usar esses "descuidos" a meu favor. 

Sou certamente uma mulher mais feliz desde que conheço o Paulo e, quanto mais o percorro, mais feliz sou. Mas não só pelo que acrescenta, mas pelo que me ensina. Não impõe. Não exige. E eu livremente cresço. Todos os dias me sinto mais mulher. Mais autêntica. Mais capaz.

E por falar em capaz, querido diário, mudei de trabalho. Começo na sexta-feira. Primeiro voltei a dramatizar. Depois percebi que na vida temos que facilitar. Relaxar. E deixar fluir. E sinto isso mesmo, entrei no modo "fluir". Seja como o Universo quer que seja. Cabe-me dar o meu melhor, de resto, não poderei fazer mais nada. Por isso porquê sofrer? Porquê? Para quê? Relaxar, é a palavra de hoje.

R-E-L-A-X-A-R

M

 

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24 de Setembro de 2020

Querido diário,

 momentos em que queremos desesperadamente fugir. Não é preciso ter uma patologia psicológica e só necessário ser humano! Esta semana quis tantas vezes faze-lo. Existem coisas que saem do meu controlo e isso causa-me mau estar.

Na verdade não controlamos nada. Ou quase nada. E esta em questão deixa-me louca. Chego a casa todas as noites queixando-me e esqueço-me como o dia é bom. Como agora a minha vida é deliciosa. Como partilha-la com o Paulo é mágico! Estou genuinamente feliz. Estou naturalmente envolvida no nosso projecto de "adultos".

Não quero voltar à criança. Quero crescer. Quero fazer diferente. Quero ser feliz comigo. Quero ser feliz com ele. 

Outra bênção: a mãe dele! Podes não acreditar diário. Mas ela está a tornar-se uma grande amiga. Já temos programas nossos e conversas intimas. Ela ajuda-me em tudo e apoia-me incondicionalmente como uma filha. E sinto-me genuínamente em casa.

Apesar de essa casa estar onde o Paulo está. Esse tecto, essas paredes, esse chão está onde bater o seu coração e onde as nossas mãos forem juntas. 

Vou descansar. E pensar que a próxima semana será melhor. Porque é sempre para melhor, não é?

M

21 de Setembro de 2020

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Querido diário,

nesta vida tenho descoberto encontros que enchem até ao estômago. Tenho reconhecido rostos que me rasgam o rosto. Tenho amado de mão cheia e coração quente. Tenho sentido a verdadeira magnitude de estar viva. 

Tenho chorado como marés. Tenho gritado como animais. Tenho passeado ao compasso de chitas. 

Tenho estado tão presente nisto que é a vida que por vezes só descanso quando o meu corpo já não aguenta mais emoção. Quando os meus braços caem sobre terra. 

Esta noite rezarei. Pedirei para viver mas com os amortecedores calibrados. Para que as lombas não sejam tão sentidas e os beijos de língua sejam o quotidiano.

M

 

15 de Setembro de 2020

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Querido diário

e puffffff ... enquanto procuramos a nossa casa e depois de “obrigados” a passar mais tempo do que esperávamos na casa do Paulo decidimos dar o passo. Viver uma vida juntos ♥️ Muitos diriam que somos loucos. Como dois amantes de tão tenra relação assumem assim um compromisso num mundo tão descartável como este. Exato, num mundo tão descartável como este! Mas nós assumimos. Depois de quase um mês juntos na mesma casa quisemos crescer para os lados e para cima e naquela que é a casa dele e da mãe, ser também a nossa primeira morada. Se isto fosse um contrato, diria que já estamos quase a concluir o primeiro mês juntos com distinção! 

Claro que existe apreensão por vários factores. Não sou louca! Primeiro vivemos três e não só os dois. E por seguinte tive uma experiência de separação muito marcante á dois anos e meio ( penso que este foi o tempo ). Onde sinto que nem eu nem ele fomos felizes no “casamento”. 

Não quero acabar com esta bolha de paixão e amor que eu e o Paulo temos. Mas já temos as rotinas de casal. Fazer as refeições para os trabalhos, limpar, rir nos olhos um do outro, chorar até aos pés... e tanto mais. 

Mas sinto que a nossa relação só melhorou. Estamos mais íntimos, mais equipa (como dizemos na brincadeira). 

Já teve a oportunidade de conhecer os meus podres neste tempo e eu.... bem admito que lhe tiro um ou outro defeito riso. Mas nada que choque! Até fecha o tampo da sanita riso 😂 

Nem tudo serão rosas, bem sei. Mas vamos vivendo o momento e agradecendo ao Universo termos esbarrado um no outro. 

Sei que é ele. Vejo-o nos olhos dele quando refletem o meu rosto. Estou dentro dele♥️✨ E ele dentro de mim. Como diz a Carolina Deslandes “que casa é uma pessoa”. E ele, como já te disse meu querido diário, é a minha pessoa.

Não me anula, não me preenche, não me agride emocionalmente... Ele acrescenta valor á vida e porra é bom para caraças tê-lo todas as manhãs quando desperto🍀 sorte a minha. Não somos perfeitos mas imperfeitos que se tentam aperfeiçoar na vida em conjunto.

M

 

07 de Setembro de 2020

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Querido diário, 

isto de ser “o diário de uma mulher feliz” engloba também estes dias. Dias em que o sol brilha lá fora, aquece-nos e quase nos derrete mas por dentro está um nadinha desarrumado.

Estar desarrumado não significa que não seja feliz, estar um pouco desorganizado diz-me que já esteve organizado e por um espaço pequeno de tempo eu o arrumarei. 

Ser feliz dá trabalho. Aliás, na minha opinião dá mais trabalho que ser triste. Eu já fui integralmente triste, já atravessei poços escuros de depressões (acho que me dá o direito de falar). 

Estar deitada a chorar desgasta mas estar de pé, roupa engomada e olhar para a frente custa tão mais quando o coração quer voltar para aquela horizontalidade. 

Ter a percepção destes dois mundos que vivem dentro de mim é um domínio imenso é incrível que adquiri á pouco tempo. Saber que estar triste não é o estado em que vou ficar , mas uma transição, alenta-me.  

Hoje não estou triste, estou ansiosa. O calor, situações familiares e uma noite mal dormida. Um cocktail para umas horas mais complicadas. Como sempre recorri á meditação para acalmar o peito e obviamente, que ajuda. O Paulo também é um querido e a minha “Rocha”. Ouve-me, melhor, escuta-me. Estas semanas que estamos a passar juntos têm sido, como já verbalizei, muito importantes para o nosso crescimento enquanto casal. Enquanto equipa, como brincamos por vezes. Ele é lindo. E um dos alicerces! 

Diário, continuo por aqui.

M

 

06 de Setembro de 2020

Querido diário,

hoje culminou parte das férias do Paulo♥️ Foi uma semana muito intensa. Passeios pela mata de Alvalade, percursos pelo IKEA, cafés pela avenida... E tanto, tanto amor ✨ É tão lindo quando o amor é recíproco. 

Ele merece tudo de mim. Poderia ser um delírio de apaixonada mas é uma consciência de quem pediu ao Universo uma relação saudável e obteve-a!

Hoje acabamos a noite a comer um gelado no “surf” no fim da Av de Roma. E foi ótimo ❤️✨🤗 

Querido diário,

gratidão! 

M

 

04 de Setembro de 2020

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Querido diário,

hoje pensava, como apesar dos sobressaltos ( no fundo mínimos), eu não estava a dar o devido valor ao que estava a acontecer em mim e na minha vida.

Com patologias associadas e uma vida sempre muito negativa (numa especial destrutiva). Consegui chegar ao equilíbrio. Ponto de comer um gelado sem culpa. Um gelado cheio de chantilly, numa Lisboa ainda linda na sua noite. Como aceitei o meu corpo, ou vou aceitando (finalmente) como veículo de interligação com o Universo. Como é divido e precioso. Como em dois meses culminou uma luta de mais de 15 anos. Por vezes precisamos de um empurrão do destino para a frente. 

Agora trabalho, namoro, sou filha, irmã, amiga, namorada. Sou eu para mim. EU para mim. Como já disse beijo de língua. Abraço de arco. Rio até chorar e choro até rir. Rezo, porque o poder da gratidão para mim é dos maiores. 

Descanso em jardins e aproveito o Verão que está de despedida mas como tudo é cíclico, um dia voltará. Mas ainda cá está! Vive o momento querida! Não é assim meu diário? 

Hoje rezei. Acho que não me dirigia a Deus á muito. Agradeço. As palavras feias que me dirigem e me fazem ser maior, as frases bonitas que enchem o meu peito de flores e as pessoas, as pessoas porque sem pessoas não somos nada. A caminhada não se faz sozinho, querido diário. A caminhada é um percurso lado a lado com outros! Num percurso encantador. Porque a dose de dor que a vida causa meu querido, é na mesma medida do prazer. Sei-o! 

M

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