quaseà dois meses que não te escrevo. Admito que vivi num corrupio que o consegui arranjar tempo para mim. E só esta madrugada que antecede algo que me assusta e me tira o sono, ironicamente, encontrei tempo para te escrever. Para um café á porta de casa sozinha, para compor algumas mensagens para amigos, para ouvir música e um podcast.
A saúde é o nosso maior, ou dos maiores privilégios que temos na vida. Ela pode condicionar tudo. Aliás este ano de 2020 é isso mesmo, a figuração de como uma doença muda o mundo. E não, não estou (por agora) infectada com covid mas já há muito tempo que fisicamente não me sentia bem e ganhei coragem para ir ao médico. Chegaram os resultados das analises e apesar de leiga na matéria, os valores comparativos de alguns "itens" PARECEM-ME maus. Pus tudo em causa. Agora que tudo estava a alinhar-se. Que o trabalho que pedi ao Universo estava á porta mas que sem saúde será complicado de concretizar.
Mas como disse, parecem, pode não ser nada. Só amanhã, se conseguir consulta é que saberei.
No meio de todas estas confusões consegui ter quase duas semanas de férias numa aldeia desértica perto de Viseu. Só nós, a lareira, o rio e as caminhadas. Foi revigorante. Vimos a neve cair pela primeira vez. Tivemos longas conversas á lareira e longos silêncios reconfortantes. É declaradamente o homem da minha vida. <3
Saímos de lá ainda mais coesos. Vou deixar aqui algumas fotografias.
a vida ensinou-me que o que é bom pode demorar. Como um longo encontro de lábios. Mas também me instruiu que poderá chegar como um relâmpago numa árvore solitária no nosso centro. Começará a a arder e alastra por toda a floresta. Por toda a vida.
Podia mentir dizendo que me sinto infeliz por profissionalmente estar parada. Mas vivenciar este amor não me dá espaço para mágoas. Claro que me sinto desconfortável e por isso estou na luta. Mas tenho uma chama acesa de fé, que ninguém rouba, ninguém tira.
Quando acreditamos muito acaba por acontecer. Pois inconscientemente o nosso corpo reage e luta para que consigamos.
Encontros de alma, acredito que sejam raros, mas sei que encontrei o homem da minha vida. Vejo naqueles olhos cor de horizonte. E são os impulsionadores, junto a mim, da minha garra.
Quando me diz "já te disse que te amo hoje?" Tudo se alinha e a vida é tão mais fixe!
Existem dias que são como murros no estômago. Hoje eu e o Paulo descemos das nuvens pois percebemos a realidade: não somos prefeitos! Nem como casal, nem como pessoas. Não existe perfeição e é aí que reside o encanto.
Sentamo-nos na cama, um pouco frustrados, com uma dose de medo de perder, mas falamos sem tabus. Sem muralhas. E foi aí que senti-me ainda mais perto dele. Resolvemos (pois tudo tem solução) e os "meus" olhos cor de mar voltaram a brilhar.
Percebi igualmente a importância dos erros passados e foi tão bom errar antes e não agora. Não cair no mesmo! Saber usar esses "descuidos" a meu favor.
Sou certamente uma mulher mais feliz desde que conheço o Paulo e, quanto mais o percorro, mais feliz sou. Mas não só pelo que acrescenta, mas pelo que me ensina. Não impõe. Não exige. E eu livremente cresço. Todos os dias me sinto mais mulher. Mais autêntica. Mais capaz.
E por falar em capaz, querido diário, mudei de trabalho. Começo na sexta-feira. Primeiro voltei a dramatizar. Depois percebi que na vida temos que facilitar. Relaxar. E deixar fluir. Esinto isso mesmo, entrei no modo "fluir". Seja como o Universo quer que seja. Cabe-me dar o meu melhor, de resto, não poderei fazer mais nada. Por isso porquê sofrer? Porquê? Para quê? Relaxar, é a palavra de hoje.
há momentos em que queremos desesperadamente fugir. Não é preciso ter uma patologia psicológica e só necessário ser humano! Esta semana quis tantas vezes faze-lo. Existem coisas que saem do meu controlo e isso causa-me mau estar.
Na verdade não controlamos nada. Ou quase nada. E esta em questão deixa-me louca. Chego a casa todas as noites queixando-me e esqueço-me como o dia é bom. Como agora a minha vida é deliciosa. Como partilha-la com o Paulo é mágico! Estou genuinamente feliz. Estou naturalmente envolvida no nosso projecto de "adultos".
Não quero voltar à criança. Quero crescer. Quero fazer diferente. Quero ser feliz comigo. Quero ser feliz com ele.
Outra bênção: a mãe dele! Podes não acreditar diário. Mas ela está a tornar-se uma grande amiga. Já temos programas nossos e conversas intimas. Ela ajuda-me em tudo e apoia-me incondicionalmente como uma filha. Esinto-me genuínamente em casa.
Apesar de essa casa estar onde o Paulo está. Esse tecto, essas paredes, esse chão está onde bater o seu coração e onde as nossas mãos forem juntas.
Vou descansar. E pensar que a próxima semana será melhor. Porque é sempre para melhor, não é?
sem dúvida o amor resgata-nos. Seja qual o tipo de amor que for!
A madrugada de sexta foi terrível para mim. Desci ao lado mais negro de mim, raspei as paredes, berrei a Deus! Pedi a morte em silêncio enquanto ele me olhava com ternura.
Não encontro uma resposta. Ou melhor, existem várias hipóteses que não estou preparada para partilhar! A verdade é que o Paulo esteve ao meu lado até eu cair exausta e de lágrimas no rosto.
Sermos vulneráveis ao pé de quem amamos é um ato de coragem. Não tenham dúvidas. Mas ser vulnerável ao lado dele, quase, pela primeira vez. Deixou-me insegura. Absolutamente perdida por um sábado que passei a curar a dor. Passei-o a dormir ao lado dele, quando não era esse o combinado. Mas mais uma vez a sua inteligência emocional fê-lo ficar a contemplar-me enquanto dormia da dor.
Quando finalmente repus energias só tive vontade de o tocar e sentir. Um fervor que não sei de onde veio mas que sarou qualquer ferida que eu tinha. Um amor milenar, como já referi.
Ele é a minha pessoa, estou em casa. Dia 1000000000000♥️✨
isto de ser “o diário de uma mulher feliz” engloba também estes dias. Dias em que o sol brilha lá fora, aquece-nos e quase nos derrete mas por dentro está um nadinha desarrumado.
Estar desarrumado não significa que não seja feliz, estar um pouco desorganizado diz-me que já esteve organizado e por um espaço pequeno de tempo eu o arrumarei.
Ser feliz dá trabalho. Aliás, na minha opinião dá mais trabalho que ser triste. Eu já fui integralmente triste, já atravessei poços escuros de depressões (acho que me dá o direito de falar).
Estar deitada a chorar desgasta mas estar de pé, roupa engomada e olhar para a frente custa tão mais quando o coração quer voltar para aquela horizontalidade.
Ter a percepção destes dois mundos que vivem dentro de mim é um domínio imenso é incrível que adquiri á pouco tempo. Saber que estar triste não é o estado em que vou ficar , mas uma transição, alenta-me.
Hoje não estou triste, estou ansiosa. O calor, situações familiares e uma noite mal dormida. Um cocktail para umas horas mais complicadas. Como sempre recorri á meditação para acalmar o peito e obviamente, que ajuda. O Paulo também é um querido e a minha “Rocha”. Ouve-me, melhor, escuta-me. Estas semanas que estamos a passar juntos têm sido, como já verbalizei, muito importantes para o nosso crescimento enquanto casal. Enquanto equipa, como brincamos por vezes. Ele é lindo. E um dos alicerces!
coloquei uma intenção no Universo e quero muito acreditar nela! Aliás eu acredito. Por isso saí de casa. Sem pudor quanto às minhas tatuagens, num vestido que as denunciava uma a uma. Saí para ler um pouco e pegar nos raios do sol que me aqueciam a nuca.
Hoje ridicularizei opiniões de quem se vê no escuro e pensa que ele está nos outros. Não que seja motivo de escárnio! Não é. É triste. Mas como ajudar quem não quer melhorar? Quem acha que assim é que se está bem?
Hoje beijei de língua. Abraçei de arco. Olhei até ao fígado, passei, claro, pelo coração.
Amei e fui totalmente amada. Agradeci e fui acarinhada. Sonhei e fui resgatada.
Hoje ouvi dizer que Setembro é o mês dos recomeços. Foi o mês do recomeço dele. Também o meu pois caminhamos lado a lado. Em zonas diferentes mas com o mesmo caminho lá bem ao fundo da nossa visão.